O presidente dos Estados Unidos Donald Trump assinou o decreto que proíbe o uso de softwares da Kaspersky Lab nos órgãos federais do país. A medida tem como base a suspeita de que as ferramentas de segurança da companhia estavam ajudando o governo russo a praticar espionagem.

Há alguns meses que as autoridades norte-americanas “olham torto” para a Kaspersky, mas a desconfiança ganhou força em outubro, quando veio à tona a suspeita de que hackers ligados ao governo russo teriam usado uma brecha em um antivírus da companhia para espionar um funcionário da NSA e, a partir disso, capturar dados sigilosos da agência.

Se há prova contundente de que a Kaspersky teve participação no ataque, ela não foi divulgada. Não há nem mesmo evidência de envolvimento involuntário, que aconteceria se a tal espionagem tivesse sido favorecida por um bug no software. Mesmo assim, a senadora democrata Jeanne Shaheen, principal defensora da proibição, acredita que “o caso contra a Kaspersky está bem documentado e é profundamente preocupante”.

A proibição já era esperada, pois a administração Trump, por meio do Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos, havia emitido em setembro uma ordem para as demais agências do governo deixarem de usar os serviços da Kaspersky em até 90 dias.

Nesse ínterim, a Kaspersky anunciou medidas para se defender, entre elas, a criação de um programa de transparência que permitirá até que entidades governamentais revisem o código-fonte dos softwares da empresa. A Kaspersky também conduziu uma investigação que aponta que o vazamento na NSA ocorreu porque um software pirata teria sido usado por um funcionário da agência.

Mesmo assim, a Kaspersky virou uma espécie de empresa non grata para o governo dos Estados Unidos. Desde terça-feira (12), os órgãos federais do país estão oficialmente proibidos de usar softwares da empresa.

Na prática, isso já está sendo feito. O Departamento de Segurança Interna confirmou que quase todas as agências mudaram os softwares depois da ordem de setembro, tanto é que, na semana passada, a Kaspersky Lab decidiu fechar seu escritório em Washington porque já não há mais clientes em número suficiente para atender ali.

Mas os esforços para Kaspersky provavelmente não foram em vão. As medidas anunciadas junto ao programa de transparência tiveram repercussão positiva, o que deve ter ajudado a empresa a pelo menos manter a sua base de clientes corporativos e domésticos.

Com informações: Reuters

Donald Trump proíbe de vez softwares da Kaspersky no governo dos Estados Unidos