O avanço da tecnologia trouxe muitas mudanças ao comportamento humano. As pessoas que vivem hoje conectadas à internet quase que ininterruptamente através do smartphone têm acesso a muito mais recursos e informações do que as pessoas de 30 ou 40 anos atrás, por exemplo.
Há quem diga que esses novos hábitos são prejudiciais ao cérebro humano, mas outros estudos apontam na direção oposta. É o caso do professor Evan Risko, da Universidade de Waterloo, e do doutor Sam Gilbert, da Universidade de Londres, ambos na Inglaterra.
Em um estudo publicado nesta semana, os neuroscientistas argumentam que o uso de smartphones tem ajudado a “liberar espaço” no nosso cérebro. Aplicativos de produtividade, que armazenam datas e informações sobre compromissos, ou mesmo listas de compras, por exemplo, “tiram o peso” das nossas capacidades cognitivas.
Segundo eles, dar ao smartphone a tarefa de guardar informações insignificantes permite que nosso cérebro se concentre mais em tarefas mais importantes. Ou, como Gilbert descreve, em um “uso mais efetivo dos nossos recursos cognitivos”. “Se você pode ser lembrado de alguma tarefa, isso libera mais espaço, que então pode ser usado para diversas outras coisas”.
Contudo, os smartphones não trazem apenas benefícios ao cérebro. Outros estudos mostram que o uso de aplicativos de GPS, como o Waze ou o Google Maps, reduzem nossa capacidade de recordar o caminho que percorremos. Há pesquisas que também apontam para outras formas com as quais os celulares podem estar prejudicando nossa memória.
Por isso, Gilbert e Risko pretendem continuar seus estudos na área para compreender os efeitos de longo prazo da nossa relação constante com smartphones.
Fonte: Olhar Digital